Se tivesse guelras em vez de pulmões, seria feliz. Noutra vida, para quem acredita nestas coisas, fui uma sereia, disso não restam dúvidas. "Sempre que bilha o Sol, naquela praia..." (sim, é Marco Paulo, grande voz portuguesa), a CM está lá. E quem frequenta tanto os nossos areais como eu, sabe que é terreno fértil para a análise comportamental dos Portugueses. Os fenómenos multiplicam-se.
Eu sou a miúda que chega à praia, estende a toalha, passa o protector pelo corpinho e pela cara, abre o livro/ a revista e desliga. Levanta-se para mergulhar quando o calor já não se aguenta, ou quando tem a SORTE (cada vez mais rara) de ter companhia para jogar raquetes. Ou para ir comer. Ou para ir beber. Esta é a rotina que adoro e que não gosto de ver interrompida. Dito isto, toda eu tremo quando vejo grandes grupos, sejam eles compostos por adolescentes ou por famílias inteiras (a sério, como é que se organizam de forma a irem todos, juntos, no mesmo dia e à mesma hora, à praia?!?) aproximar-se. Os adolescentes falarão das festas onde vão à noite, e do que vão vestir, e de quem vai estar. Das ressacas com que estão, do que vão beber e das mentiras que contarão aos Pais. As famílias falarão de quem não está, de todo, ou de quem aproveitou para ir refrescar-se: "Tu já viste o estado em que tem a casa?", "Já viste como veste os filhos?", "E o que engordou este Inverno?". E aqui eu começo a desesperar, e a virar-me mais vezes na toalha do que um cão com pulgas, a olhar de soslaio e a suspirar por todo o lado. A proximidade dos corpos nos areais, obriga-nos a saber demasiado uns sobre os outros. E eu não queria, a sério que não.
O espaço é outro problema. Mesmo entendendo eu que não estou assim tão mal, e posso ser agradável à vista, não entendo que queiram deitar-se em cima de mim. E não aceito. Ou deitar-se tão próximo de mim, que podíamos partilhar a mesma toalha e a diferença seria nenhuma. Nestas alturas, não tenho meias medidas e quem está comigo já sabe o que acontece : pego na trouxa e mudo de sítio. Invariavelmente. E em meia dúzia de dias, isto aconteceu 3 vezes. Significativo.
Num registo mais sério, a Praia é o sitio perfeito para mostrar a educação ou falta dela. É o sitio ideal para mostrar o respeito pelos outros e pelo seu espaço. E é um local que daria para realizar grandes análises comportamentais. É possível conhecer muito das pessoas pelo seu comportamento nas praias, vão por mim.
Bons mergulhos!
PS - este é um tema que será abordado, ao longo do verão, sempre que os episódios vividos no areal o justifiquem. Fiquem ligados.
Lol eu não sou muito de praia, por que me aborreço facilmente... Com essas situações que descreves-te...
ResponderEliminarEu gosto tanto, que tenho de suportar tudo isto...aguenta CM!
EliminarEu, não costumo levar toalha, não te iria incomodar, desafio-te para te inscreveres no meu curso de raquetes de praia. Praia do Camilo ou D.Ana.
ResponderEliminarPalpita-me que essas duas praias já têm uma campeã de raquetes de praia. Palpita-me, até, que vai haver campeonato esta semana.
EliminarHummmm...O problema também pode ser da praia, já pensaste nisso? É que há praias e praias...Relaxa, que o Verão ainda nem começou e precisas de praia como de pão para a boca!
ResponderEliminarQue eu tenha de aturar cenas destas muitas vezes, ainda...é sinal que será um Verão longo :)
EliminarHá pessoas que insistem em ser... parasitas!
ResponderEliminarDai-nos paciência, senhores...
EliminarA mim já me aconteceu estar deitada ao sol e de repente estar à sombra do chapéu dos vizinhos do lado... furiosa comecei a chamada peixeirada...
ResponderEliminarAté na nossa praia (cujo nome não vou revelar, para não revelar esse segredo bem quardado) já falta espaço...!
Eliminar... um tema que pode e talvez deva ser alvo de Tese :)
ResponderEliminarAnónimo, conte comigo quando lhe der início! Adoro dissertar sobre este tema.
EliminarPrefiro ficar como orientador e observa-la a desenvolver o tema.
EliminarTens de investigar praias menos apinhadas. A mim não me encontram em praias cuja lotação é de 10 pessoas por milimetro quadrado.
ResponderEliminarQuando era puto costumava passar férias na zona da Foz do Arelho. Lembro-me que era normal virem famílias inteiras de pessoal daquela zona nos tratores passar um dia na praia. A vantagem de virem com os tratores era a de levaram uma série de gente nos atrelados, e no final do dia ainda aproveitavam e levavam uma série de lenha para casa.
Para um puto cócózinho como eu, esta gente e suas conversas (sempre aos gritos), tinha o seu que de fascinante: "Ó Zé Maluco, se não fosses parvo gostavas de ser estúpido? Ó anormal, manda um par de estalos no teu irmão! Ó minha besta, vai lavar o rabo ao mar..." Bons tempos...
Investigar praias menos apinhadas, e perder esta diversão toda?! Nem morta ;)
EliminarComo daquela vez em que 3 "adolescentes" se colam a mim, MorMeu e mais velhinha na fase em que estava a aprender a falar. Em cada 3 palavras saídas daquelas bocas uma era palavrão...e ela de olhos arregalados para eles...a coisa durou segundos. MorMeu levantou-se e foi ter com eles tinham duas hipóteses, ou mudavam de sítio, ou mudavam de linguagem...pegaram nas toalhas e mudaram de sítio. Quando quiseres fazer a tese avisa...não faltam testemunhos e muita matéria de análise...como aqueles putos a quem ninguém ensina que se passa devagarinho entre toalhas para levantar o minimo de areia possível...and so on...
ResponderEliminarAh, grande MorMeu!!! A vénia, seguida de uma valente salva de palmas!
EliminarTambém sou das que pega na tralha e muda de lugar, apesar de estar cada vez mais paciente e conformada com os diversos “ataques”. Se não me atirarem areia para cima ou bolas, não passarem a tarde toda aos berros ou resolverem usar o meu pára-vento como baliza (sim, já aconteceu e não foi só uma vez) … eu aguento-me! :)
ResponderEliminarO para-vento como baliza?? E eu a pensar que já tinha passado por tudo nas praias...
EliminarConcordo!
ResponderEliminarvidademulheraos40.blogspot.com.
Ahaha :P tal e qual!
ResponderEliminarSeríamos boas companheiras de praia. Sou igual! Gosto de estar tranquila e serena :)
ResponderEliminarHá dois sítios (vá, há mais, mas estes particularmente) onde percebes o civismo e a educação, em termos gerais, de um povo: na praia e na estrada
ResponderEliminarNa praia pouco me aguento deitada na toalha ando sempre a passear pela areia =)
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