É basicamente isto.

É basicamente isto.

23 de junho de 2015

Filtros. Muitos filtros, tantos filtros.

Antes de avançar com o post, um aviso à navegação : o tema hoje é sério. Nem só de disparate vive este espaço. Sim, vive maioritariamente de disparate, e assim continuará a ser, nada temam.
 
Desde o momento em que acordamos, desde o primeiro segundo do nosso dia acordados, quantos filtros usamos? 10? 20? Mais? Quanto coisas fazemos , apenas e só, movidos por obrigações e convenções? 10? 20? Mais?
 
Há dias falava com um amigo (daqueles com quem dá gosto debater estes temas que podemos esmiuçar e esmiuçar, entre um esgrimir de argumentos que não acabam) sobre os filtros que todos nós, repito, todos nós, usamos diariamente. Que tipo de pessoas seríamos sem eles? Seríamos alguém semelhante a quem somos? Ou, pelo contrário, o oposto? E quando juntamos a esta equação todas as obrigações diárias às quais não podemos fugir? Seríamos apenas uma sombra daquilo que fazemos todos os dias? Alguém nos conhece, verdadeiramente? Alguém conhece verdadeiramente a pessoa que nós somos, a pessoa que seríamos, se pudéssemos ser apenas nós?
Sem filtro, como nos comportaríamos no trânsito? Como lidaríamos, diariamente com os colegas de trabalho? Como seria o nosso comportamento em família? Como lidaríamos com  as pessoas intratáveis que se atravessam nos nossos caminhos diariamente? Se pudessemos responder, fazer, dizer, criticar, elogiar, discutir, não aceitar, não acatar e até recusar sem pensar nas consequências? No fundo, quem seríamos se nos fossemos totalmente fiéis?
 
Eu já fiz este exercício, e confesso que o resultado é ligeiramente assustador. Seria uma pessoa tão diferente daquela que sou, que eu própria mal me reconheceria. A verdade, caros leitores, é que, palpita-me, todos nós seríamos outras pessoas. A verdade é que, sejamos honestos, desde o momento em que acordamos, e sob pena de ficarmos sozinhos, desempregados, ostracizados em geral e, no limite, até detidos num qualquer estabelecimento prisional, somos pessoas que engolem sapos atrás de sapos, a fim de encaixar nesta Sociedade cheia de regras e atitudes politicamente correctas. Somos contidos, filtrados e politicamente correctos. Actuamos, com um enorme jogo de cintura e à conta de muito esforço, quase 24h por dia. Não será apenas nos momentos em que estamos sozinhos, absolutamente sozinhos, que somos verdadeiramente nós? Quantas pessoas nos conhecem verdadeiramente? Provavelmente, nenhuma. E nós? Quantas pessoas conhecemos verdadeiramente?
 
Se, por um lado, tudo isto é bom porque é tudo isto que permite manter a "ordem natural das coisas", por outro, é sufocante. Vocês não sei, mas eu estou cansada de usar tantos filtros. Vamos cortar alguns?

7 comentários:

  1. Valia a pena pensar nisto, como diria o outro...

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  2. Pois, lá está, com a idade tendemos a deixar cair alguns desses filtros e sermos mais o que nos apetece ser. O meu marido costuma dizer "já não tenho idade para fazer coisas contrariado". Beijinhos

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  3. Eu uso alguns filtros em diversas situações mas, felizmente, ao longo destes meus (ainda poucos) aninhos de vida, tenho tido a sorte de não ter que os usar sempre. Assim de repente, a frio, não acho que haja alguém no mundo que me conheça como só eu conheço (existe, sim, uma pessoa, que está perto desse feito, mas nunca completamente).

    Como diria ali a Opinante e citando : "Vale a pena pensar nisto..."

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  4. Deixa de usar tanto o instagram que isso passa-te!! :P

    Agora mais a sério. Os filtros fazem parte de nós. Ninguém, mas mesmo ninguém, não os tem e até há filtro bons. Quais os filtros a usar e quando, faz parte do dia-a-dia. Não te arrelies tanto com isso e bebe um copo de vinho ;)

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  5. Admito que não uso muitos filtros. Não consigo.
    Basta mesmo muito pouco para as pessoas conhecerem a verdadeira Cláudia lol

    Claro, há sempre aquela coisa de "porta-te lá bem no trabalho" mas admito que eu preciso mesmo é desses filtros...
    Ainda corro com tudo à chapada =P

    Beijocas

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  6. Eu uso, mas não abuso. Há situações em que tenho que obrigatoriamente usar, não posso dizer tudo como os tolinhos, mas depois há outras em que abdico. Não uso um filtro, uso um coador ou uma peneira e deixo passar mais de mim, porque posso, porque são pessoas que já sabem o que a “casa gasta”. :)
    Mas sem filtros nenhuns ... acho que só em frente ao espelho!

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  7. Claro que há filtros que se impõe, para uma vivência saudável em sociedade. Olha o caos que seria se ninguém tivesse qualquer filtro... Eles são um mal necessário...
    Contudo, como a Nina Nininha disse, é usar mas sem abusar. Os filtros são úteis para, por exemplo, não perdermos a cabeça em situações complicadas. Não devemos é deixar de ser nós próprios e deixar de emitir as nossas opiniões.
    E acho que, com a idade e com a maturidade, tenho cada vez menos filtros. Aturo cada vez menos bullshits e perdi completamente a paciência para fazer fretes, por exemplo.

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