Para os mais distraídos, o carnaval está aí à porta. E se eu nunca fiz grande questão de me mascarar na infância e na adolescência, confesso que, à medida que os anos vão passando, tenho mais vontade. De fazer figuras, vá. Em vez de ter mais juízo, estou cada vez mais parva.
Se percorrer, assim num instante, a lista de máscaras que já passaram por este corpinho, temos : Carmen Miranda, Mecânica, Palhaça, Sevilhana, Hippie, tentativa de ser um membro da banda "As Doce" que se transformou em, basicamente, prostituta de 5ª categoria, Pipi das Meias altas, e, a cereja no topo do bolo, esfregona Vileda. Sim, no ano passado.
Ontem foi dia de tratar da máscara deste ano. Percorri um armazém que vende uma quantidade de máscaras só vista antes nos cortejos de Carnaval do Rio de Janeiro. Aquilo são corredores e corredores de cabides carregados de máscaras. Mal entrei, fiquei cansada. Quase 1h30m depois, acabei a análise à oferta e decidi experimentar 5 máscaras. E foi aqui que começou a noção daquilo a que chamo "sábado será a noite mais fria do ano". Os fabricantes de máscaras ( ou as lojas que as compram, que aquilo é capaz de não ser feito em Portugal), esquecem-se que neste País o Carnaval é celebrado em pleno Inverno. Costuma chover, faz frio, costuma andar o diabo à solta. Foi só nisto, e no frio que me espera, que consegui pensar todo o tempo que estive naquele provador. Em primeiro lugar, contam-se pelos dedos de uma mão as máscaras de mulher que incluem um par de calças. Saias, saias e mais saias. Até aqui, a coisa ainda vai. Mas quando as saias têm praticamente o tamanho da parte de baixo do meu bikini de Verão, eu pergunto-me se alguém sabe que o Carnaval se festeja no Inverno, neste País. Completamente vencida pelo espírito carnavalesco, lá vim com uma máscara no saco, toda contente. Precisava de perder us 3kgs até sábado, para a coisa correr bem, mas não sou miúda de começar a acreditar em milagres com esta idade.
Seja como for, fica o apelo para o próximo ano: senhores, por favor. Saias um pouco mais compridas. Eu sei que é Carnaval e que ninguém levará a mal, mas o decoro, senhores. O decoro. E sim, de facto, vi por lá uma máscara com muito tecido. De freira. Mas não foi essa que comprei.