É basicamente isto.

É basicamente isto.

8 de junho de 2015

A análise comportamental do Português no areal.

Se tivesse guelras em vez de pulmões, seria feliz. Noutra vida, para quem acredita nestas coisas, fui uma sereia, disso não restam dúvidas. "Sempre que bilha o Sol, naquela praia..." (sim, é Marco Paulo, grande voz portuguesa), a CM está lá. E quem frequenta tanto os nossos areais como eu, sabe que é terreno fértil para a análise comportamental dos Portugueses. Os fenómenos multiplicam-se.

Eu sou a miúda que chega à praia, estende a toalha, passa o protector pelo corpinho e pela cara, abre o livro/ a revista e desliga. Levanta-se para mergulhar quando o calor já não se aguenta, ou quando tem a SORTE (cada vez mais rara) de ter companhia para jogar raquetes. Ou para ir comer. Ou para ir beber. Esta é a rotina que adoro e que não gosto de ver interrompida. Dito isto, toda eu tremo quando vejo grandes grupos, sejam eles compostos por adolescentes ou por famílias inteiras (a sério, como é que se organizam de forma a irem todos, juntos, no mesmo dia e à mesma hora, à praia?!?) aproximar-se. Os adolescentes falarão das festas onde vão à noite, e do que vão vestir, e de quem vai estar. Das ressacas com que estão, do que vão beber e das mentiras que contarão aos Pais. As famílias falarão de quem não está, de todo, ou de quem aproveitou para ir refrescar-se: "Tu já viste o estado em que tem a casa?", "Já viste como veste os filhos?", "E o que engordou este Inverno?". E aqui eu começo a desesperar, e a virar-me mais vezes na toalha do que um cão com pulgas, a olhar de soslaio e a suspirar por todo o lado. A proximidade dos corpos nos areais, obriga-nos a saber demasiado uns sobre os outros. E eu não queria, a sério que não.

O espaço é outro problema. Mesmo entendendo eu que não estou assim tão mal, e posso ser agradável à vista, não entendo que queiram deitar-se em cima de mim. E não aceito. Ou deitar-se tão próximo de mim, que podíamos partilhar a mesma toalha e a diferença seria nenhuma. Nestas alturas, não tenho meias medidas e quem está comigo já sabe o que acontece : pego na trouxa e mudo de sítio. Invariavelmente. E em meia dúzia de dias, isto aconteceu 3 vezes. Significativo.

Num registo mais sério, a Praia é o sitio perfeito para mostrar a educação ou falta dela. É o sitio ideal para mostrar o respeito pelos outros e pelo seu espaço. E é um local que daria para realizar grandes análises comportamentais. É possível conhecer muito das pessoas pelo seu comportamento nas praias, vão por mim.
Bons mergulhos!
PS - este é um tema que será abordado, ao longo do verão, sempre que os episódios vividos no areal o justifiquem. Fiquem ligados.

24 comentários:

  1. Lol eu não sou muito de praia, por que me aborreço facilmente... Com essas situações que descreves-te...

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    1. Eu gosto tanto, que tenho de suportar tudo isto...aguenta CM!

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  2. Eu, não costumo levar toalha, não te iria incomodar, desafio-te para te inscreveres no meu curso de raquetes de praia. Praia do Camilo ou D.Ana.

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    1. Palpita-me que essas duas praias já têm uma campeã de raquetes de praia. Palpita-me, até, que vai haver campeonato esta semana.

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  3. Hummmm...O problema também pode ser da praia, já pensaste nisso? É que há praias e praias...Relaxa, que o Verão ainda nem começou e precisas de praia como de pão para a boca!

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    1. Que eu tenha de aturar cenas destas muitas vezes, ainda...é sinal que será um Verão longo :)

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  4. Há pessoas que insistem em ser... parasitas!

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  5. A mim já me aconteceu estar deitada ao sol e de repente estar à sombra do chapéu dos vizinhos do lado... furiosa comecei a chamada peixeirada...

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    1. Até na nossa praia (cujo nome não vou revelar, para não revelar esse segredo bem quardado) já falta espaço...!

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  6. ... um tema que pode e talvez deva ser alvo de Tese :)

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    1. Anónimo, conte comigo quando lhe der início! Adoro dissertar sobre este tema.

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    2. Prefiro ficar como orientador e observa-la a desenvolver o tema.

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  7. Tens de investigar praias menos apinhadas. A mim não me encontram em praias cuja lotação é de 10 pessoas por milimetro quadrado.
    Quando era puto costumava passar férias na zona da Foz do Arelho. Lembro-me que era normal virem famílias inteiras de pessoal daquela zona nos tratores passar um dia na praia. A vantagem de virem com os tratores era a de levaram uma série de gente nos atrelados, e no final do dia ainda aproveitavam e levavam uma série de lenha para casa.
    Para um puto cócózinho como eu, esta gente e suas conversas (sempre aos gritos), tinha o seu que de fascinante: "Ó Zé Maluco, se não fosses parvo gostavas de ser estúpido? Ó anormal, manda um par de estalos no teu irmão! Ó minha besta, vai lavar o rabo ao mar..." Bons tempos...

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    1. Investigar praias menos apinhadas, e perder esta diversão toda?! Nem morta ;)

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  8. Como daquela vez em que 3 "adolescentes" se colam a mim, MorMeu e mais velhinha na fase em que estava a aprender a falar. Em cada 3 palavras saídas daquelas bocas uma era palavrão...e ela de olhos arregalados para eles...a coisa durou segundos. MorMeu levantou-se e foi ter com eles tinham duas hipóteses, ou mudavam de sítio, ou mudavam de linguagem...pegaram nas toalhas e mudaram de sítio. Quando quiseres fazer a tese avisa...não faltam testemunhos e muita matéria de análise...como aqueles putos a quem ninguém ensina que se passa devagarinho entre toalhas para levantar o minimo de areia possível...and so on...

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    1. Ah, grande MorMeu!!! A vénia, seguida de uma valente salva de palmas!

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  9. Também sou das que pega na tralha e muda de lugar, apesar de estar cada vez mais paciente e conformada com os diversos “ataques”. Se não me atirarem areia para cima ou bolas, não passarem a tarde toda aos berros ou resolverem usar o meu pára-vento como baliza (sim, já aconteceu e não foi só uma vez) … eu aguento-me! :)

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    1. O para-vento como baliza?? E eu a pensar que já tinha passado por tudo nas praias...

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  10. Seríamos boas companheiras de praia. Sou igual! Gosto de estar tranquila e serena :)

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  11. Há dois sítios (vá, há mais, mas estes particularmente) onde percebes o civismo e a educação, em termos gerais, de um povo: na praia e na estrada

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  12. Na praia pouco me aguento deitada na toalha ando sempre a passear pela areia =)

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