É basicamente isto.

É basicamente isto.

4 de novembro de 2013

A febre da tecnologia, ou como estamos perdidos da Silva.

Vamos beber um café com os amigos. Chegados à esplanada, ao café, ao bar, sentamo-nos, olhamos rapidamente para a ementa, fazemos o pedido, trocamos meia dúzia de palavras. Uns 5 minutos depois disto, se alguém olhar de novo para esta mesa, o que vai ver? Pessoas já absortas nos telemóveis. Até podemos estar a trocar impressões sobre um qualquer vídeo, uma mensagem, uma foto, notícia, mas o vício foi maior e recorremos ao telemóvel. Ao tablet. Ao portátil. À internet. O mesmo acontecerá durante um jantar. Um almoço. Durante uma ida ao cinema. Andamos, nós a generalidade - e estou a incluir-me, num corajoso mea culpa - completamente viciados, febris.

É difícil perceber como é que chegámos aqui. Como é que, em qualquer momento social das nossas vidas, na presença de amigos, família, companheiros, o que for, damos por nós a desfrutar mais das tecnlogias do que da companhia das pessoas. Não cheguei a este patamar, felizmente, mas tenho noção que, até eu - critica acérrima de quem num qualquer encontro puxa do telemóvel para fazer chamadas, enviar mensagens, consultar as últimas novidades, etc - já ouvi alguns reparos perfeitamente válidos quanto à utilização do telemóvel. É ainda mais difícil, hoje em dia, viajar no tempo e recuar até ao momento em que praticamente ninguém tinha telemóvel. Recordam-se, ainda que vagamente? Passavamos horas em conversas e em convívios, e isso bastava. Se, em determinados momento das nossas vidas - os mais novos não vão conseguir sequer imaginar esta realidade - vivemos tão bem sem estes aparelhos, como é que deixámos que passassem a fazer parte do nosso dia a dia de forma tão imperativa? Quantas horas conseguimos, por dia, passar sem recorrer a este aparelho? A um tablet? à internet? A este ritmo, chegará o dia em que as pessoas deixam de falar? Deixaremos de ouvir as vozes uns dos outros, para comunicar apenas através de aparelhos? Quem é que não tem um amigo, uma amiga, um parceiro, a quem apetece retirar o telemóvel das mãos e meter-lhe o pé em cima? Chegámos ao ponto de ser mal educados com os outros, com quem nos oferece o seu tempo, em prol deste vício. E isto não me agrada nada. No que me diz respeito, está tomada a decisão de reduzir esta utilização. Nem que para isso, e digo-vos isto com uma pequena onda de pânico a instalar-se, o deixe propositadamente em casa de vez em quando. Assim como numa espécie de castigo auto infligido.

Deixo-vos um vídeo que será familiar a muitos de nós. Infelizmente.

24 comentários:

  1. este post está excelente e tens imensa razão. o vídeo é muito mas muito bom e bem ilustrativo ...

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    1. e nem nos apercebemos o quanto descuramos a companhia de quem está connosco...grave!

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  2. Todos acabamos por cair em tentação e acabamos por usar o telemóvel (por exemplo) quando não deveríamos, mas faz-me espécie que a primeira coisa que a maioria das pessoas faz quando se senta à mesa num restaurante/café com outras é colocar o dito em cima da mesa. Depois estão constantemente a mexer-lhe durante a refeição... Não entendo, pronto.

    Eu ainda me lembro do meu 1º telemóvel, um Nokia 3310 cinzento, lindo que só ele! E também me lembro que a única coisa que o dito tinha que era passível de nos distrair era mesmo o jogo da cobra... (Opá, que saudades!)

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    1. Ai, esses Nokias! Nostalgia...o meu primeiro (salve seja), foi um alcatel amarelo. Daqueles que havia o azul e o cinzento.

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  3. Tens toda a razão! Como é que vivemos tantos anos sem estas coisas e agora quando ficamso sem bateria instala-se o pânico?! O fb, o twitter, o instagram and so on and so on são muito práticos sim senhora, são muito engraçados é verdade mas nunca irão substituir as gargalhadas, as conversas ou os olhares que uma conversa face to face proporciona! E eu continuo a preferir o "antigamente"!

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    1. Estou a viver esse pânico hoje! Está carregadinho de bateria, mas em casa...tão longe, o meu menino!!

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  4. Não sou assim viciada no telemóvel, e quando estou com pessoas de quem gosto até me esqueço do dito, mas sim, há pessoas que irritam profundamente, parece que o telemóvel é um outro membro da pessoa.
    É irritante.

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    1. Tal como a Smelly, às refeições então é coisa para me tirar do sério. Detesto estar a fazer uma refeição com alguém que volta e meia está agarrado ao telemóvel...tenho um grande amigo que faz isto, e com quem já perdi a conta às dicussões que temos sobre o assunto.

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  5. Oportuno tudo o que disseste!!!
    Bjs
    Maria

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  6. Realmente tens razão. Não acho que eu seja viciada, mas passo mais tempo com ele nas mãos porque é a única maneira de eu conseguir aceder ao namorado. Mas não tenho internet. Já não é mau.
    Hoje em dia quase ninguem se fala e qualquer coisa, lá está tudo com ele na mão. Epá, esta agora soou mal =P

    Beijocas

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    1. Está tudo sempre com ele na mão, tens razão! ;)

      Mais a sério, eu até internet tenho no telemóvel e tudo piorou a partir daí...é um caminho sem retorno.

      bjs

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  7. Tens toda a razão! Pessoalmente quando estou com os meus amigos nca pego no meu tlm a não ser que me liguem. E irrita-me ver as pessoas à mesa sp a ver o facebook e afins..... acho que todos temos de contrair isto um pouco senão não sei mesmo onde vamos parar!!!

    Já agr, o vídeo está excelente, vou roubar :p

    coisasquetaiseafins.blogspot.pt

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    1. É isso o pior, mesmo. Pessoas à mesa de cabeças enfiadas nos ecrãs. No limiar da falta de educação...

      À vontade :)

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  8. E que merdinha que muitas vezes é a tecnologia. Epa o meu homem é assim tal e qual! Já discutimos e tudo por causa disso! É telemóvel para tudo, sms do grupo de amigos, é a internet, é ver email, é tirar fotos a tudo e mais alguma coisa. É estarmos juntos e ve-lo ao telemóvel, epá uma pessoa não é de ferro e já lhe disse que um dia o telemóvel voa janela fora, claro que não ia fazer isso, mas acho falta de educação estarmos num grupo e estar tudo ao telemóvel, estamos a falar e começa por um lado e acaba no outro...

    A tecnologia matou o contacto entre as pessoas pah!

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    1. Não deve ser fácil, não. Aos poucos, pode ser que se aperceba do grau do vício e se deixe disso...mas isto é como a droga, dizem. Muita paciência, rapariga!

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  9. Eu, viciado em sms, me confesso. Mas isso acontece, sobretudo, porque estou longe das pessoas que mais amo e mais falta me fazem. E, sendo esta a minha situação, é a maneira mais fácil e rápida de conseguir estar em contacto mais ou menos permanente com a família e os amigos. E sair de casa sem telemóvel para mim é impensável :P

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    1. Não me digas nada, que estou aqui quase em lágrimas. Juro que já me passou várias vezes pela cabeça voltar a casa para ir buscá-lo...mas aí talvez tivesse que me internar a mim mesma.

      SMS enviadas por dia, perco-lhes a conta...

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  10. Xiiii, adoro este tema.

    O texto está excelente e, apesar de achar que não atingi os limites do razoável, também dou comigo a dar mais atenção ao telemóvel do que aquilo que ele realmente merece. Especialmente desde do último Natal em que um smartphone caiu-me nos braços.

    Ainda assim, não me considero um saudosista, muito menos um Velho do Restelo e reconheço que as novas tecnologias também trazem muitos aspectos positivos, especialmente para a resolução de problemas ou questões que surjam, em que a internet dá uma ajuda fantástica.

    Contudo, não tenho a mínima dúvida que eu conseguiria voltar a viver sem telemóvel ou mesmo sem a internet. E, acredita, já estive mais longe de voltar a esses tempos. Mas adiante...
    Só para se perceber um pouco, no meu grupo de amigos e no meu circulo familiar, fui o último a adquirir um telemóvel. Tal só aconteceu quase no fim do último ano da Universidade, em 2001 e porque, por estranho que possa parecer, comecei a ser o último a saber das combinações e novidades. Dei luta, mas lá tive que me render...
    De certo modo, sinto falta é de ir a determinado sítio e saber quem lá vou encontrar a horas, sem ter que combinar previamente e sem receber uma sms em cima da hora a dizer que se está atrasado. Felizmente, quando a malta se junta, os telemóveis ainda vão ficando nos bolsos e quando saem é para aquelas fotos ridículas entre nós nas redes sociais...

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    1. "Contudo, não tenho a mínima dúvida que eu conseguiria voltar a viver sem telemóvel ou mesmo sem a internet..."

      Tens certeza, Nix?? É que eu estou há cerca de 5 horas sem o telemóvel e estou quase cm suores frios. E mesmo assim, tenho net, fará se não tivesse.

      Não sei de que fotos ridículas falas...ou sei? ;)

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    2. CM,

      acredita que era capaz. Especialmente no que respeita ao telemóvel. Tenho a certeza que voltaria a viver (e bem) sem ele. Até podia custar um pouco ao início, mas era só mesmo um pouco.

      Sabes, sabes...eheheheheheh ;))

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  11. O que me vale é que não sei o que é a internet, e nunca tive telemovéis nem tabeletes nem nada dessas geringonças modernas.
    É o que me vale! Senão, estava perdido!

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  12. Concordo contigo, eu quando estou em casa sozinha posso dizer que passo o tempo TODO no pc e no telemóvel, admito, que sou mesmo viciada... é realmente alarmante, mas por outro, se tiver amigos em casa, se tiver a jantar com o meu pai, se tiver num jantar romântico com o namorado o telemóvel nem na mesa está sequer...fui educada para que à mesa não se mexa no telemóvel e espero continuar assim! Quando faço o meu retiro espiritual, ahahah, isto é ir de férias para o campo, também faço questão de "me esquecer" da pen da internet e passo (relativamente) bem sem internet durante 1/2 semanas, o que for... Antes de ter o blog não sentia tanta falta, mas agora é impossível!

    Ah! gostei do teu blog :) *

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