É basicamente isto.

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23 de julho de 2012

Alguém ainda recebe cartas?

Numa das quase diárias idas ao correio, apercebi-me que este acto perdeu toda a beleza que deverá ter tido noutros tempos que não vivi. Já não há surpresa. O que é que a nossa caixa de correio tem? Uma de três coisas : Contas, pois está claro. Pubicidade indesejada (mesmo para pessoas que, como eu, acharam que se safavam com um autocolante a pedir, educadamente, que não nos encham a caixa de publicidade). Ou, por fim, um sem número de ofertas de serviços e afins : canalizadores, manicures, electricistas, excursões a badajoz com paragem para comprar caramelos. E é isto. Cartas, daquelas manuscritas, em papel de carta, que alguém nos envia propositadamente, sem querer cobrar qualquer serviço, sem oferecer qualquer serviço, só para dar notícias, para nos fazer sorrir? Nem vê-las. Recordo -me da última vez que recebi um postal de Natal pelo Correio. Não entregue em mão, mas sim pelo Correio. Isto foi o mais parecido que recebi com uma Carta. Já ninguém as escreve, parece-me. Eu incluída. Não me recordo quando escrevi a uma amiga pela última vez. A alguém. O e-mail, as SMS, as redes sociais, os chats, acabaram por completo com esta forma de comunicação. Dá muito trabalho escrever uma carta, e dá ainda mais ir a um posto dos CTT. Mas é pena, lá isso é. Imagino o que terá sido viver numa época em que a caixa de correio ainda nos reservava estas boas surpresas. E contra mim falo, porque faço parte da estatistica que matou este hábito. Mas um dia destes, escrevo a alguém. Escrevo, pois.

6 comentários:

  1. Se fosses com eu até ias ao correio com expetativa! Como sou uma mega fã de mandar vir amostras de tudo, participar em passatempos de toda a qualidade, estou sempre a ver o que é que o carteiro me deixa na caixa.. Mas por entre cremes para dores lombares a produtos de higiene intima há sempre uma conta ou outra que estraga a festarola! ehehe

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  2. Eu troco cromos por correio e mando postais à família (quase) sempre que vou a algum lado.

    Mas uma das coisas mais bonitas que guardo de um namoro à distância são as cartas que escrevíamos. Sim, também falávamos ao telefone e trocávamos e-mails e conversa de chat, mas não havia nada como receber aquelas cartas e imaginar a outra pessoa a escrevê-las. :)

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    1. É bom ver que alguém ainda tenta manter a tradição. E guarda essas cartas a sete chaves...são um tesouro! =)

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  3. V., se a única forma de receber qualquer coisa surpreendente pelo Correio, for pedir uma amostra de creme lombar, acho que vai ter que ser =)

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  4. Realmente é uma pena que se trate de uma tradição em vias de extinção. Ainda sou daqueles que a tentou manter viva na época da World Wide Web, mas acabei por ir desistindo. Contudo, guardo imensas cartas e postais trocados com amigos/as e namoradas. No Natal fazia questão de enviar postais a meio mundo e no verão era a vez de escrever cartas com mil e uma histórias.
    A última carta que recebi e que tive o prazer de responder pela mesma via foi há talvez uns três ou quatro anos...É pena.
    Trouxeste-me à memórias boas recordações. Pode ser que um dia destes também escreva a alguém...

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    1. Se o meu texto servir de inspiração para pegares em papel e caneta e fazer alguém sorrir, já cumpri algum propósito com ele =) Eu vou mesmo escrever. E hoje, a este propósito, apercebi-me de uma coisa incrível : não tenho as moradas de ninguém. Incrível,não é? Tenho números de tlm, endereços de e-mails, os blogs, etc...mas moradas? Nem vê-las. Situação a corrigir!

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