É basicamente isto.

É basicamente isto.

19 de junho de 2013

Life's truly a bitch.

Às vezes olhamos para trás, e nem é preciso viajar muito no tempo, e percebemos que já nos queixámos de barriga cheia. Que estava tudo no sítio certo, mas a nossa vida parecia-nos contantemente uma casa desarrumada onde não encontrávamos as coisas que nos fazem falta. Isto tem acontecido comigo, mais do que seria de desejar. Se tenho defeito que se pode dizer bastante acentuado, é uma tendência enorme para a insatisfação. Não aquela que nos faz andar infelizes, mas aquela que sentimos quando, mesmo perante a quase perfeição, achamos que podiamos estar melhor. Porque queremos sempre mais, e melhor e podiamos estar onde não estamos e com quem não estamos e porque achamos, erradamente, que se acreditarmos que está tudo no sítio estaremos a acomodar-nos, e a pior coisa na vida é a acomodação. Reconheço, sem problema, esta tendência em mim, e a necessidade de alterá-la. Um dos objectivos a que me propus nos últimos tempos, é precisamente esse.
Esta noção já estava bem enraizada em mim mas, agora, numa fase em que, efectivamente, posso queixar-me de vários aspectos, quer ao nível pessoal quer a nível profissional da minha vida, parece-me ainda maior o erro em que tantas vezes caí ao achar que precisava de mais qualquer coisa. Agora sim, fazem-me falta coisas que não estou a conseguir atingir. Que já tive, que já correram melhor. É um bocadinho aquele velho cliché que diz que só damos valor ao que não temos, mas é bem verdade. Estamos todos carecas de saber isto, mas qual de nós não cai neste erro de vez em quando? É tão fácil, tão simples, tão tentador. Tudo corre bem, mas queremos mais. Não percebemos que chega perfeitamente. Esquecemo-nos que nem sempre foi assim, e que um dia não será. E, agora, numa fase menos boa, numa fase em que, de facto, há que lutar por uma série de coisas e combater uma insatisfação justificada, apetece-me rir de mim mesma enquanto vou dizendo "é para aprenderes". Por sorte, estamos sempre a aprender. Ou quero acreditar nisso. Sempre a crescer e a tempo de alterar o que está menos bem na nossa personalidade. E, mesmo com todos os defeitos que encerro em mim, se há coisa que faço como ninguém, é assumir os meus erros e a minha imperfeição quando tem de ser. Só por isso, acredito que vou a tempo.

27 comentários:

  1. Deve estar por aí a chegar qualquer coisa...vinha só dizer-te que estou cheinha de saudades tuas, mas li o teu post...e desatei a chorar...isto não é normal...desculpa, mas este tema faz-me engulir em seco...jinhosss

    quando estiver menos chorona volto.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Suri do meu coração, não te quero a chorar por aqui! Vá, vá :)

      Beijinho!

      Eliminar
  2. Bem verdade querida... compreendo e sei que dias melhores virão ok?! tb sou um pouquinho como tu! bjinho grande

    ResponderEliminar
  3. Este texto bem que podia ter sido escrito por mim, sou uma eterna insatisfeita!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Acho que todos temos um bocadinho de insatisfeitos...depois há quem abuse, como eu. E tu ;)

      Eliminar
  4. Sabes, eu era assim, mas sempre. Até que um dia me disseram que a minha filha mais nova nunca iria falar. Tudo mudou e todos os dias me sinto contente com alguma coisa. P.s. Felizmente o prognóstico não se verificou.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Esse tipo de coisas têm o poder de mudar toda uma perspectiva, segundo dizem. Com algum empenho, esta tendência vai alterar-se...

      Eliminar
  5. Acho que estamos sempre a tempo :)

    ResponderEliminar
  6. Acho que é natural e faz parte daquela coisa, que é até é positiva, de à distância retirarmos importância a coisas e situações que nos magoaram no passado. Ficam as boas memórias, as más vão-se apagando e começamos a ver as coisas, as situações e as pessoas com olhos mais benévolos.
    Quanto à insatisfação, é minha parceira, ajuda-me a sair da cama todos os dias e a inventar desafios novos volta e meia. :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Esse último parágrafo, é coisa merecedora de ser impressa e colada à minha frente. Muito bom!

      Eliminar
  7. Hum... Eu tenho uma teoria da conspiração: acho que a sorte em parte somos nós que a fazemos. Se encaramos as coisas de forma positiva a sorte acaba por surgir. Se encaramos de forma negativa só nos vão acontecendo azares. Eu vejo-te negativa e pior que isso numa certa espiral de decepção o que segundo a minha teoria tende a gerar ainda mais e mais decepção. As boas noticias é que o contrário também é verdade.

    Eu acho bom que queiras algo melhor que aquilo que tens hoje. Deves sentir-te agradecida por aquilo que tens, todos os dias, mas também deves desejar o melhor para ti mais ainda do que aquilo que tens hoje, afinal, como diria um grande filósofo, simplesmente porque cada um de nós merece.

    Lamento mas choramingar também não é comigo: tens a cabeça no sítio, um monte de admiradores, vacinada, gira, vestes bikini tamanho reduzido... Portanto faz-te à vida :P
    Provavelmente um impulso externo ajudava a levantar a moral, mas na falta de melhor, tens de ser tu a conseguir dá-lo a ti própria.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Concordo em parte, Sérgio. Acredito que quanto mais negativos somos, mnos atingimos os objectivos a que nos propusemos. Já quanto a rsto, nem estou a ser negativa. Estou a constatar. Há 2/3 situações, neste momento, que me escapam e em relações às quais não posso fazer mais do que já fiz. Quanto a estas, não posso construir mais sorte. Posso é encarar as coisas cmo são, e alargar horizontes.

      E, antes que me esqueça, obrigada pelas observações do último parágrafo ;)

      Eliminar
  8. Dizem que sem ambição nunca concretizaremos os sonhos, mas se não soubermos viver com o que temos, acabamos por viver ansiosos e infelizes.
    Por vezes são as dificuldades reais que nos chamam à razão e nos ensinam a viver um dia de cada vez. Com sonhos, com ambição, mas valorizando mais o que temos do que aquilo que gostaríamos de ter. xD

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Assino por baixo deste comentário. Está tudo dito **

      Eliminar
  9. Compreendo-te perfeitamente. Eu discordo do Sérgio Saraiva, nós não faze,ops a nossa sorte, mas acredito que contribuímos para a mesma. Percebo-te perfeitamente porque também me sinto assim muitas vezes, mas há que trabalhar para sermos melhores e dar sempre valor ao que temos!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Ora nem mais, Bomboca. É uma luta interior e diária. Mas é possível.

      Eliminar
  10. Mea culpa é um bom começo!
    Ânimo, porque melhores dias virão :-)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sou muito boa a fazer Mea Culpa. Às vezes, até demasiado.

      Virão, pois :) **

      Eliminar
  11. Respostas
    1. O "let it be" serve para relativizar o que não tem importância. Não é bem o caso.

      Eliminar
  12. Eu também sou uma eterna insatisfeita... e é difícil ser assim :(
    Beijinho

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Muito, Flow. Admiro imenso as pessoas com capacidade diária para entender o que importa, o que faz falta e o que não faz...não é fácil.

      Bj

      Eliminar
  13. Eterna insatisfeita, sei bem o que isso é e de como ás vezes é frustrante...e sim só quando não temos é que damos valor :/

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. E estamos fartas de saber disso. Um dia aprendemos, certo?

      Eliminar
  14. Como eu entendo essa sensação... Sou "insatisfeita crónica" e parece que nunca aprendo a lição!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Aprendemos Joana, um dia. Já caminhamos para lá.

      Eliminar

Elaborai à vontade a tua teoria.

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.