É basicamente isto.

É basicamente isto.

17 de janeiro de 2013

Dos limites esquecidos.

Tenho estada calada quanto ao assunto do cão que matou (?) a criança e quanto ao dador que voltou com a decisão atrás. Tenho, obviamente, uma opinião sobre o assunto. Ter opiniões é fácil, todos as temos, o que é mesmo complicado é ter opiniões certas sem ter todos os factos. O que me leva a este post.
Não vou dar a opinião que tenho sobre qualquer um dos assuntos, por um simples motivo : não tenho os factos todos na minha posse. Podia falar, mas falaria sempre do que não conheço e correria o risco de ser tremendamente injusta, em ambos os casos. A isto acresce que não estamos a dar uma gargalhada sobre a blogger com a voz mais irritante de sempre, não estamos a dizer que o fato do Messi parece saído do circo, não estamos a brincar. São assuntos sérios. E se não é tão censurável opiniar sobre coisas de menor importância, nem será tão grave se não estivermos absolutamente correctos, quando o assunto é sério, quando mexe com valores como a vida humana (num caso uma morte, no outro uma possível morte), aí há que ter noção dos limites e noção que não sabemos tudo. Não conhecemos as pessoas nem os casos com todos os seus pormenores (daqueles que poderão fazer - ou não- toda a diferença).
Li poucas opiniões sensatas sobre qualquer um destes assuntos. Está instituida a ideia que podemos falar sobre tudo, sem cuidado, sem atenção aos limites, sem pensar que estamos a entrar na esfera mais privada da vida de pessoas que desconhecemos. De todas as pessoas que escrevem sobre estes temas, quantas saberão, efectivamente, o que se passa? Quantas têm elementos suficientes para opiniar de forma tão exacerbada? Para julgar? Os bloggers podem não ter a obrigação profissional que o jornalista tem de apurar os factos antes de influenciar (erradamente ou não) a opinião pública sobre eles. Mas têm a obrigação moral e ética, na minha opinião. Pior ainda se estivermos a falar de bloggers seguidos por milhares de pessoas, que tendem dizer um "amém" cego à opinião do blogger. Se estamos a escrever para o público, por muito que no nosso blog possamos dar a opinião que entendermos sobre qualquer assunto - o blog é nosso, já se sabe - , não seria má ideia começar a perceber que, ainda assim, há limites que não podem ser esquecidos.
Há assuntos que devem ser respeitados, que não devem ser esmiuçados em praça pública. E muito menos o devem ser, como se fossemos "Deus", como se pudessemos pegar em 3 ou 4 coisas que ouvimos dizer sobre o assunto, e pudessemos julgar e condenar. Porque nós sabemos tudo, não é? Nós sabemos perfeitamente o que fazer em todas as situações da vida. Não temos dúvidas, não falhamos, não erramos e se, na hipótese descabida e meramente académica, falharmos, então também devemos ser "apedrejados" em praça pública. Mesmo por quem desconhece os motivos e as razões que nos levaram ali.
Não temos que escrever sobre tudo. Mas quando queremos dar a nossa opinião - é legítimo, é o nosso espaço - então há que pensar que não estamos a rir um bocadinhos dos videos daquela marca e do fato do outro. Estamos já a falar de assuntos com uma importância de gigantes, ao pé desses. E o discurso deve ser ajustado, não pode ser o mesmo.

Façam-se apelos e pedidos de ajuda. Mas com respeito pelos outros e pelos envolvidos.

A quem possa parecer que este texto expressa, de alguma forma, a minha opinião sobre qualquer um dos temas, um esclarecimento : não expressa. Este post expressa a minha opinião sobre a forma como se fala de todo e qualquer assunto na blogosfera e nas redes sociais.

6 comentários:

  1. então mas nao percebo estás contra ou a favor de quem esreve a sua opinião?uma coisa,mas quem sabe o que se passa dentro de cada cabeça,ninguem?!não nos esqueçamos que isto so é possivel,a seguir ao 25 abril de 1974,e ainda bem!!!

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    1. Pessoalmente, acho que não devo dar a minha opinião sobre coisas que não posso entender na totalidade, porque não tenho elementos para entendê-las. Tenho que respeitar quem o queira fazer, óbvio. O que acho, acima de tudo, é que, e mesmo depois do 25 de Abril, há que ter bom senso e algum cuidado na forma como se opina sobre matérias desta natureza. São coisas distintas.

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    1. Então mas qual a noticia que conseguimos perceber!!nenhuma,que o pai violou a filha,que o marido bateu na mulher,que o pai matou o finho que o filho matou o irmão ou o vizinho,que a mulher matou o marido que o cão matou o dono...que o outro mandou-se da ponte...agora imagina correio da manhã versão blog!!cada cabeça sua sentença...muito dificil viver neste mundo,mas atenção concordo em tudo com o que escreveste.

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    2. O problema maior, não é a sede que existe de opiniar. Todos nós opinamos, comentamos com amigos, familiares, é normal. O que já passa os limites, é o julgamento que se faz (de situações que nem conhecemos na integra) nos blogs, nas redes sociais. Não se pode(nem se deve) dizer tudo o que nos vem à cabeça, sem pensar que podemos estar a ser injustos e a arrasar pessoas que desconhecemos, com vidas que não conhecemos. Falar sempre foi fácil. E é muito fácil julgar os outros. Demasiado, infelizmente.

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