É basicamente isto.

É basicamente isto.

27 de dezembro de 2012

Swing.

"Os casais que aderem ao swing mantêm relações sexuais com outros casais (troca de parceiros) sem investirem em laços emocionais. Não praticam a monogamia do ponto de vista sexual, mas assumem-se como monogâmicos ao nível emocional." Estas palavras são de uma psicóloga.

Sim, vamos fugir ao tema dominante (Natal, presentes e afins) e falar de Swing. E porquê? Não, não sou uma praticante, mas é um tema que me desperta uma curiosidade enorme e que parece estar cada vez mais presente na vida dos casais. É com alguma estranheza que constato esta realidade, e parece-me deveras interessante a "evolução" dos relacionamentos a dois neste sentido.

Diz a maioria dos praticantes, que não estamos perante um caso de infidelidade. É uma prática consentida e assumida de comum acordo. De facto, por definição, infidelidade é traição e aqui não há traição. Além disso, não existem laços afectivos, nem podem existir. Mas não será a própria iniciativa de um dos membros do casal, já um acto de infidelidade? O parceiro/a quer estar com outras pessoas. Este será, certamente, o primeiro pensamento de quem ouve a proposta. Ainda que venha a concordar com ela. E como é que se lida com isto? A proposta, só por si, pode ser o suficiente para arruinar um relacionamento de anos, quando mal recebida.

Passemos ao campo prático. Como é que isto funciona? Dizem os Swingers, que existem clubes restritos, festas privadas, onde se pratica o swing. O plano é, basicamente, frequentar um desses locais, socializar, escolher um casal e fazer a troca. Bom, os tempos não são o que eram, é facto. Mas isto é coisa para me fazer uma confusão, que a minha cabeça dá um nó gigante. Como é que se "entrega" assim o parceiro/a a outra mulher/homem, sabendo qual é o propósito? E o que é que se diz? "Até já"? "Boa sorte"? E depois? Regressam a casa, no mesmo carro, e partilham as experiências? O que é que se pergunta? "Foi bom?". E depois a vida segue o seu rumo normal? Há casais que não recuperam desta experiência, mas também existem aqueles que dizem que foi o que salvou a relação, o casamento.

Cada um vive como quer, desde que com isso não prejudique os outros. É certo, há que respeitar. Mas, e correndo o risco de ser mal entendida ou de me dizerem que não sei do que falo, na minha opinião, os swingers não querem ter uma relação. Não chega. Não se imaginam com a mesma pessoa, com essa e apenas essa, o resto dos dias. Se estão em vantagem em relação aos puros infiéis? Claro que sim. Mas se são infiéis na mesma? Sim, sem dúvida. Essa história de dividir a infidelidade em fisica vs sentimental, soa-me a disparate dos grandes.

 
Dizem os especialistas que a monogamia é contra natura. Talvez seja, talvez não. Talvez para algumas pessoas seja, até, impraticável e para as outras seja a única forma de estar. Uma coisa sei : se namorado/marido/companheiro meu um dia ousar fazer-me esta proposta, viro costas tão depressa, que não tem tempo de dizer a palavra Swing até ao fim. Corro o risco do pobre estar só a convidar-me para dançar, mas nunca se sabe.


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