É basicamente isto.

É basicamente isto.

19 de dezembro de 2013

As Advogadas da polémica.


Podem ver o vídeo aqui.

Hoje o post é sério, para variar um bocadinho. Está instalada a polémica ao redor do vídeo promocional de uma das Sociedades de Advogados deste País. Várias queixas terão sido apresentadas por outros colegas, quanto ao conteúdo do vídeo. Em causa estão, não só algumas das expressões utilizadas, como a imagem e postura das 5 Advogadas "protagonistas" do video.

Confesso que, quando ouvi falar desta polémica e respectivas queixas (ao que tudo indica, já em análise por parte do Conselho Deontológico da Ordem dos Advogados), desvalorizei o assunto. O meu primeiro pensamento foi que alguém teria tido uma ideia inovadora, logo criticada pelas mentes de quem não se lembrou dela antes e sabe que a concorrência nesta profissão é feroz. Ontem tive oportunidade de ver o vídeo (que aqui partilho) e estava errada. Efectivamente, algumas das expressões utilizadas (desde logo a "boutique"), são bastante desadequadas aos princípios pelos quais se pauta esta profissão. As imagens, que a início me pareceram banalissimas, ganham, lá mais para meio do vídeo, contornos de um trailler que poderia, perfeitamente, dizer respeito a um filme 007. Parece, de facto, existir ali um aproveitar dos atributos das protagonistas, o que não se coaduna com qualquer princípio deontológico desta profissão. As regras relativas à publicidade da Advocacia, são apertadissímas. Sempre foram. A conduta imposta aos advogados, quer na sua vida profissonal, quer na pessoal, é rigorosissima. Provavelmente, é nesta profissão que mais se misturam as duas posturas, sendo indissociáveis. Um dos princípios basilares é, desde logo, o decoro. E sim, parece-me que os limites foram um pocuo ultrapassados.

Se concordo com a rigidez dos princípios em vigor nos Estatutos da Ordem dos Advogados hoje em dia? Não. Há muito que deveria ter sido feita a sua revisão. Podem (e devem) ser aligeirados alguns deles, sem que com isso se desvirtue a profissão. Mas a questão aqui não é essa. Muitos têm defendido que estamos perante um caso de falso puritanismo, perante uma perseguição a esta Sociedade, perante espiritos que não evoluiram com a evolução da Sociedade e dos tempos. Mas também não é disso que se trata. Trata-se de princípios (regras, se lhe quiserem chamar) que estão em vigor e devem ser cumpridos, enquanto vigorarem. Por todos. Por toda a classe, neste caso. Quer se concorde com eles, que não se concorde.

14 comentários:

  1. vi o video, mas ainda não tive oportunidade de ouvi-lo. Mas, vendo as imagens, fico com a ideia que se trata de um video de moda e não de advocacia. Cabelos arranjados, caras bem maquilhadas, botas por cima do joelho... não me choca, mas não consigo perceber a credibilidade na imagem delas. Mas vale o que vale, certamente até serão excelentes advogadas com uma brilhante estratégia de markting.

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  2. Eu, que não faço parte do meio, até achei a ideia gira. Mas concordo que existe claramente um aproveitamento da aparência das protagonistas para o vídeo e isso é completamente dispensável. Até aquele pormenor de mostrar o tacão alto.... o vestido curto.... enfim :).

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  3. Eu que não sou da classe, olho para isto com um certo ar de gozo. Acho que cada classe tem as suas esquisitices e considera o seu trabalho o mais difícil e extraordinário do mundo, para além do mais fundamental para a humanidade.

    O vídeo pelo que interpretei passa uma mensagem: "a nossa sociedade apresenta rácios de recuperação de dívida superiores à média do mercado, logo se nos contratar a nós terá mais hipóteses de recuperar a sua dívida ". Mais objetivo só mesmo apresentando números que sustentem esta afirmação. Não vejo que prometem melhores resultados, apenas dizem que tem melhor rácios de produtividade que a concorrência.
    A realidade é que eu se fosse credor este seria o meu principal critério de escolha deste tipo de serviços: as minhas primeiras perguntas seriam: "em média, por cada euro que vos pagaram até hoje, quantos é que conseguiram recuperar". Aliás, a minha proposta até seria uma percentagem da recuperação, assim se recuperassem muito ganhávamos todos, se não recuperassem nada, ninguém ganhava mas eu também não perdia nada (só tempo). A forma (i.e. as pernas), sinceramente estar-me-ia um pouco nas tintas (talvez no café, depois de me terem recuperado o dinheiro desse uma espreitadela).

    Claro que numa classe em que aparentemente estas questões da forma (é a farda, o título, o chapéu, etc,), se sobrepõem muitas vezes ao conteúdo, é interessante observar que até agora não ouvi ninguém contestar a mensagem de terem melhores resultados na recuperação do crédito que a concorrência, o que em rigor, é a única coisa que interessa aos clientes.

    Talvez quando o foco for a qualidade do serviço prestado, e não tanto as questões e regras internas do próprio umbigo e as esquisitices próprias da classe que não interessam nem acrescentam nada ao serviço prestado aos clientes, as coisas evoluam um pouco. Querem prestígio junto da sociedade? Concorram pela qualidade dos serviços, tornem-se mais eficientes, e com isso entreguem melhores resultados versus viverem num mercado fechado, quase regulado muitas vezes em função de interesses de bolso. Aí vão ter prestígio… O resto é conversa (aka bullshit).

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  4. Ui, credo, que ofensa.
    Advogados... mais um dos pilares podres da justiça a falar de deontologia. Até arrepia!

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  5. Para mim o problema é só um: os advogados gordos e velhos estão a ver que contra gajas boas e novas e competentes (segundo dizem elas), são capazes de perder muitos clientes..

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  6. Mas pronto, tal como a Pepsi e aquelas fotos com o boneco que ofendeu portugal inteiro, a Pepsi consegui uma coisa: ficar na boca das pessoas.
    Estas senhoras agora, para além de terem o video na página delas, já está na comunicação social, blogs, redes sociais, etc! Queres melhor publicidade que esta, mesmo que as mandem remover o video?

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    1. Foi o que pensei assim que o video saltou das profundezas da polémica.

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  7. As senhoras até podem ser boas... advogadas, claro... mas num país em que a justiça anda pelas ruas da amargura, a senhoras não passam uma imagem de credibilidade mas sim de futilidade. E que treta é essa de "boutique law firm"???

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  8. E cá até gostei da Srª Drª a apanhar o táxi...Não percebo...

    Mais a sério, honestamente, `tou com a GATA. Para mim, aquilo passa mais a imagem de futilidade que de competência. Eu não escolheria este escritório só por este anúncio. Teria que ter outros elementos, nomeadamente alguém que me o aconselhasse.

    Eu, que (tal como tu) já passei pela classe e que lido com ela quase diariamente, nada me surpreende. Sinceramente, tenho a pior das imagens desta classe profissional. É claro que há sempre bons (e muito bons) exemplos, mas já vi coisas que não lembram nem ao Diabo. Dos advogados pouco ou nada me surpreende, a sério. Este anúncio deu-me para rir um pouco. Uma coisa é certa, se eu fosse advogado naquela firma, não entraria de certeza numa coisa destas...eheheh

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  9. Eu gostei! Aguardo por outro video mais lá para o verão.

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  10. Tudo bem, têm uma certa "postura" a manter... Mas de qualquer maneira, exageram um bocado. O anúncio não tem absolutamente nada de mal =S
    Com sorte já vão dizer que não servem para a profissão.. =S

    Beijocas

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  11. Concordo com a tua visão da situação, CM.
    Para além que, segundo os estatutos, pelo que sei os advogados não se podem promover. O vídeo seria muito bom, em termos de marketing e publicidade, se não estivessemos a falar de advogadas... Acho que há, de facto, uma perda de credibilidade...

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  12. Não consigo ver nada fora do normal...não coloco em causa o facto de não se poderem promover...mas não vi qualquer falta de decoro. Mulheres bem vestidas, sem decotes, umas de vestido, outras de calças. Deixem-se de "puritanisses".

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