"A rapariga de 18 anos foi violada mas a sua família não a quer matar para limpar a honra do clã. Preferiu ir em busca de justiça num país onde as leis raramente dão razão às mulheres. "
Às vezes, na minha zona de conforto , esqueço-me que vivemos num Mundo em que ainda existem estas (desumanas) realidades. Uma rapariga de 18 anos foi violada, mas a notícia não é a violação. A notícia, a "novidade", é que a família, ao invés de obrigá-la a suicidar-se (ou matá-la, caso ela não o faça), está a tentar "salvá-la". Vivemos, portanto, num Mundo em que, segundo algumas "Leis" ou códigos, uma mulher violada deve matar-se. Perdeu o seu valor, é impura, é uma vergonha para aquela Sociedade, e sobretudo para a família. Se isto não é triste e revoltante, o que será então?
"Lal Bibi é a filha mais nova de uma família de kuchis, uma tribo semi-nómada dedicada à pastorícia pertencente ao grupo étnico dos pashtuns. Em casos como este, o código estipula que se uma mulher manteve relações fora do casamento (ainda que forçada) desonrou a família e, portanto, deve suicidar-se para evitar que a desonra se estenda à sua família. Caso não o faça, compete ao pai e aos irmãos fazê-lo."
Pergunto-me que tipo de mentalidade é preciso ter para seguir estes códigos? Apetece-me apelar à vénia para esta família que resolveu não acatar cegamente esta consequência à violação de Lal Bibi. Por outro lado, dou comigo a pensar : que tipo de Mundo é este, de Sociedade é esta, em que é um progresso tentar evitar que a consequência de uma violação, seja a morte imposta de uma jovem? Pois. Não sei.
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