Começo por esclarecer que, aconteça o que acontecer, venham os investidores (sim, sim, pois!) que vierem, dê lá por onde der, CM nunca, repito, NUNCA, usará a denominação Lisbon South Bay (arrepios, daqueles maus, enquanto escrevi esta frase) para se referir à sua Margem Sul. A Margem Sul é a Margem Sul, e assim continuará a ser chamada, muito orgulhosamente. Gostamos cá pouco desta pompa, logo nós, a ralé.
Nesta altura do Ano - um pouco mais do que nas outras - levantam-se as vozes contra a Margem Sul, as pessoas enchem-se de nervos e as coisas azedam. Estas pessoas são aquelas, leia-se, que todo o santo fim de semana rumam às praias da Margem Sul. Aquelas que passam horas nas filas de trânsito, que juram que não voltam a meter lá os pés, mas que lá vão, invariavelmente, no fim de semana seguinte. É tudo muito mau, dizem elas, é inacreditável como tanta gente gosta daquilo, não existem condições, não temos infraestruturas suficientes, uma pessoa agasta-se no trânsito surreal que apanha, e ainda paga parques de estacionamento.
Eu rio-me muito com isto. Tem graça. Não vou sequer enumerar as qualidades da Margem Sul - o que, já agora, só para não esquecer, justifica as filas e filas - pela milésima vez. Não há volta a dar. Esta gente tem razão. Toda a gente sabe que em Lisboa nada disto se passa. Não existem filas. Quais filas? Lisboa é uma cidade onde se circula perfeitamente à vontade, sobretudo pela manhã e ao final do dia. É um verdadeiro passeio relaxante no parque. Não há cá congestionamentos. Também não existem filas à porta dos sítios da moda. Nada disso! Sempre que abre um restaurante, está às moscas. Não é preciso esperar umas horas , com o estômago colado às costas, para jantar. Também é facílimo encontrar um lugar de estacionamento. E mais! O estacionamento é gratuito. E quando, raramente, não é, é barato! Baratissimo. Dá vontade de deixar ali o carro estacionado o resto do mês, só para aproveitar a pechincha. Da mesma forma, dá gosto assistir a qualquer concerto. Não há uma fila de trânsito, nem uma fila à porta. Nada. É um vazio, dá gosto passear nas imediações dos festivais e pavilhões de espectáculos, nestes dias. Maravilha.
Podia continuar o exercício, mas, sem mais demoras, dou o objectivo como cumprido.
PS- E sim. Por muito que custe e faça doer um bocadinho o ego, aquele que foi considerado o 2º melhor restaurante de comida japonesa fora do Japão, está localizado na Margem Sul. Mas não precisam de lá ir. Já é suficientemente difícil reservar mesa para jantar. E as filas? Nem vos conto.